Escolas de samba SP nesta sexta (21)

Escolas de samba SP nesta sexta (21). Confira como será o desfile das escolas de samba de São Paulo. Na foto acima Juju Salimeni rainha bateria X9 Paulistana (2019) – Crédito Marcelo Brandt – G1

Nesta sexta a Barroca da Zona Sul abre o desfile das escolas de samba de São Paulo do Grupo Especial, a partir das 23h15. A Barroca Clama a Ti homenageia Tereza de Benguela. A angolana rainha Tereza, como ficou conhecida à sua época, lutou contra a escravidão e liderou o Quilombo de Quariterê no século 18, no Vale do Guaporé – MT

LETRA – Barroca da Zona Sul

Renata Spallicci durante cerimônia de coroação como rainha da escola de samba Barroca Zona Sul — Foto divulgação: Emaieg/Divulgação

“Benguela… a Barroca Clama a Ti, Tereza!”

Compositores: Sukata, Morganti, Jairo Roizen, André Valêncio, Tubino Meiners, Pixulé, Marcos Thiago, Acerola de Angola e Emerson Franco (In memoriam)

Intérprete: Pixulé

No caminho do amanhã… Obatalá

É a luz que vem do céu… clareia

Vem de Benguela o clamor de liberdade

Barroca pede tolerância e igualdade

Axé, Tereza

Divina alteza, meu tambor foi te chamar

Sua luz nessa Avenida

Incorpora a chama yabá

Da magia irmanada por Odé

Não sucumbe a fé, traz a luta de Angola

E a corrente arrastou pro sofrimento

Um sentimento, valentia quilombola

Reluz o ouro que brota em seu chão

Desperta ambição, mas há de raiar o dia,

Do Guaporé ser voz de preservação

Em plena floresta… auê auê

Resistência na aldeia… Quariterê

Na mata, sou mestiço, guardião

O meu grito de guerra é por libertação

O nosso canto não é apenas um lamento

A coragem vem da alma de quem ergueu o parlamento

Do castigo na senzala à miséria da favela

O povo não se cala, óh Tereza de Benguela

Vem plantar a paz por essa terra

A emoção que se liberta

E a pele negra faz a gente refletir

Nossa força, nossa luta

De tantas Terezas por aí

LETRA – Tom Maior

Foto divugação – Crédito Tommaior.com (2019)

É Coisa de Preto”

Compositores: Gui Cruz, Rafael Falanga, Vitor Gabriel, Portuga, Imperial, Elias Aracati, Luciano Rosa, Reinaldo Marques, Marçal e Willian Tadeu

Intérprete: Bruno Ribas

Brasil, não vim pra ser escravo nem servil

Sou filho dessa pátria mãe gentil

Que traz a esperança no olhar

Oh, meu país… que tanto sustentei em meus braços

Espelha tua grandeza num abraço

Revela o meu dom de encantar

Não é esmola teu reconhecimento

O meu talento é mais que samba e Carnaval

Na luz da ribalta,

Retinta beleza se fez imortal

A negra inspiração… é poesia

A arte de criar… é quem me guia

Floresce de um baobá

Um pensamento de amor

Herança que a mordaça não calou

Se a vida deixou cicatrizes

Ideais são raízes do meu jeito de viver

Faço da minha negritude

Um legado de atitude, inspiração pra vencer

Lutar… é preciso lutar por igualdade

Liberdade… fazer da resistência uma nova verdade

Soprando a poeira da história

A nobreza em meus olhos brilhou

É o dia da nossa vitória

Conquistada sem favor

Um guerreiro da cor

Herdeiro de Palmares

Sou Tom Maior, a voz da liberdade

A minha força pra calar o preconceito

É coisa de pele, é coisa de preto

O tema da Dragões da Real – A trupe do Doutores da Alegria, que desde 1991 alegra a dura rotina de milhões de crianças hospitalizadas, é a terceira a entrar no Sambódromo. Com o enredo A Revolução do Riso, a escolar aposta na alegria para levar o título do Carnaval 2020.

A musa dos compositores Simone Sampaio durante o desfile da Dragões da Real
Imagem: Crédito Simon Plestenjak/UOL

LETRA – Dragões da Real

“A Revolução do Riso: A Arte de Subverter o Mundo pelo Divino Poder da Alegria”

Compositores: Aquiles da Vila, Rapha Sp, Marcus Boldrini, Leandro Flecha, Ítalo Pires e Salgado Luz

Intérprete: Renê Sobral

É só abrir seu coração

Deixa falar a emoção

“Qua qua ra qua qua”, deixa as mágoas pra lá

“Qua qua ra qua qua”, vamos juntos buscar!

Deus sorriu pra mim

De alma lavada eu vou

A Dragões me fez assim

Criança Real eu sou

Solte a voz e vamos rir de nós

Poder brincar, sonhar…

Todos juntos desatar os nós

A festa não tem hora pra acabar

Vem comigo gargalhar

Eu não quero mais sofrer

Dessa vida eu vou levar

Aquilo que eu viver

A receita da alegria

É caminhar contra o vento

Nos momentos de agonia

Ser amigo do tempo

Afaste a dor

Vista a sua fantasia

Viva o jogo do amor

A cura de cada dia

A Mancha Verde, campeã em 2019, homenageia Jesus Cristo. O enredo Pai! Perdoai, Eles Não Sabem o Que Fazem, lembra: “É preciso lutar, exaltando Penhas e Marias/ Que clamam por direitos, igualdade/ Essa é a tua vontade”.

Foto Crédito Escola Mancha Verde

LETRA – Mancha Verde

“Pai! Perdoai, Eles Não Sabem o que Fazem”

Compositores: Marcelo Casa Nossa, Guilherme Cruz, Rodrigo Minuetto, Rodolfo Minuetto e Darlan Alves

Intérprete: Fredy Vianna

Oh, senhor! Benditos os que rogam o perdão

Derrame sobre nós a Tua glória

Verás que a dor não foi em vão

No céu, uma linda estrela brilhou

Reluz o Salvador

Eu choro ao ver que o pecado me consome

Sou as duas faces desse homem

Que há de vencer o mal

É preciso lutar, exaltando Penhas e Marias

Que clamam por direitos, igualdade

Essa é a Tua vontade

Em nome do Pai, amém

Justiça e paz aos homens de bem

Deus não criou raça e nos ensinou

Aos olhos não existe cor

Quero me deitar em verdes campos

Ver a natureza florescer

Não ter a maldade como herança

Fazer valer cada amanhecer

É hora de darmos as mãos,

Cumprir a nossa missão

Perdoe se algo te fiz, me abraça e vem ser feliz

Nunca perca a esperança

Sempre é tempo de sonhar

A vida é um sopro divino a se revelar

Só o amor pode curar o mundo

No altar do Carnaval, canto em oração

A Mancha é a voz dos filhos Teus

Olhai por nós, meu Deus

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Acadêmicos do Tatuapé estão no enredo A viola e os violeiros da Campeã em 2017 e 2018, e quinta escola a entrar no Sambódromo na madrugada de sexta para sábado homenageia a cidade de Atibaia.

LETRA – Acadêmicos do Tatuapé

Foto divulgação 2017 – Crédito Acadêmicos do Tatuapé

“O Ponteio da Viola Encanta… Sou Fruto Dessa Terra, Raiz desse Chão… Canto Atibaia do meu Coração”

Compositores: Turko, Zé Paulo Sierra, Maradona, Silas Augusto, Rafa do Cavaco, Luis Jorge, Léo Reis, Fabiano Sorriso, Márcio André, Daniel Kattar e Bello

Intérprete: Celsinho Mody

Ê viola! Inspiração da minha alma sertaneja

Ê viola! O meu paraíso abriu a porteira

O galo canta anuncia um novo dia

Relicário de beleza, doce água cristalina

É sagrado esse chão…

No suor da enxada eu cresci de grão em grão

Lá vem o trêm… lá vai fumaça

O meu folclore é herança popular

Senhora do Rosário me alumia

Salve as águas de Oxalá

Lê lê lê lê lê á… vem pro nosso arraiá

Tem fogueira, quentão viva meu São João

Puxe o fole sanfoneiro pra viola chorar

O balão vai subindo pro céu enfeitar

Sou eu… filho da terra onde mora a poesia

Um violeiro que seguiu em romaria

Oh mãe querida peço tua proteção

Trago no peito essa tradição

E o orgulho de viver nesse lugar… (Meu lugar)

Num “templo” de paz e amor

Das mãos calejadas a arte brotou

Do alto da pedra, obra divina do meu criador

É carnaval…

Sinto perfume das flores

Um doce sabor no meu paladar

É Atibaia… nos braços do povo a cantar

Ponteia viola… bate o meu coração

Sou fruto da terra, raiz desse chão

Tatuapé… comunidade guerreira

Levanta sacode a poeira

Imperio da Casa Verde vem com o samba Marhaba Lubnãn, a escola da zona norte desfila a partir das 4h40. A cultura libanesa é o tema do enredo da Império da Casa Verde.

Primeiro carro Imperio de Casa Verde (2019)
Foto divulgação – Crédito Fabio Tito – G1

LETRA – Império de Casa Verde

“Marhaba Lubnãn”

Compositores: Marcelo Casa Nossa, Carlos Jr, Gui Cruz, Armênio Poesia, Darlan Alves, Fredy Vianna, Rodrigo Minuetto, Rodolfo Minuetto e Xandinho Nocera

Intérprete: Carlos Jr.

Vem das mãos do criador

O cedro que a história preservou

Guardiões da terra prometida

Revelam magias, o sopro da vida

Nação milenar, o sol não se esconde

Guerreiros ao mar, além do horizonte

Seguem ao toque do vento

As dobras do tempo na imensidão

Das divindades, a fé e a proteção

Tantas emoções ao lutar

Pra te defender, por te amar

Se a lágrima rolar, faz parte da missão

A força de uma nação

Herança que ao mundo seduzia

A brisa se espalhava pelo ar

Das cinzas, uma lenda renascia

O sonho para imortalizar

Oh, meu Brasil!

Hoje sua alma é libanesa

Um elo de amor que não desfaz

Meu Tigre guerreiro num canto de paz

Tá escrito nas estrelas

Que Deus é por nós

A Casa Verde é a nossa voz

Eu sou Império, mais um filho desse chão

São duas bandeiras, um só coração

A X-9 Paulistana encerra o primeiro dia de desfile do Grupo Especial com a luz do sol raiando. A escola leva para o Sambódromo os batuques e batucadas de todas as regiões e religiões do Brasil. 

Juju Salimeni rainha bateria X9 Paulistana (2019)
Crédito Marcelo Brandt – G1

LETRA – X-9 Paulistana

“Batuques Para um Rei Coroado”

Compositores: André Diniz, Cláudio Russo, Marcio André Filho, Arlindinho, Marcelo Valência e Pê Santana

Intérprete: Pê Santana

Quando um toque ritmado toca o destino,

Cada passo mostra o que passou

Sou um contador e conto a dor de um peregrino…

Um som divino me enfeitiçou

Vi os Ibejis beijarem a sorte,

A morte singrar o oceano

Mudaram os ares, os mesmos olhares,

Ferida no corpo, a alma espelha

Rufam tambores que marcam a pele vermelha…

O som da Marujada,

Na tribo que festeja,

Encanta a batucada,

Começa a peleja

Rito da moça na aldeia, tom que passeia no ar…

É valor de mina longe a ecoar

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