Dra. Bárbara Saraiva: Excelência e Humanização na Medicina Vascular – Fotos: Divulgação/Arquivo Pessoal
Reconhecida pela excelência técnica e pela dedicação ao cuidado integral da saúde vascular, a Dra. Bárbara Saraiva é especialista em Cirurgia Vascular e Ecografia Vascular com Doppler.
Com uma trajetória marcada por competência, empatia e constante atualização científica, ela se destaca por oferecer tratamentos modernos e humanizados voltados à prevenção, diagnóstico e recuperação de doenças vasculares.
Entrevista com Dra. Bárbara Saraiva: Excelência e Humanização na Medicina Vascular
Fotos Crédito João Cássio Jr
Nesta entrevista, a médica fala sobre sua atuação, os avanços da medicina vascular e a importância do acompanhamento especializado para a qualidade de vida:
1.Como começou sua trajetória na medicina vascular e quais foram os marcos mais importantes da sua formação?
Dra. Bárbara Saraiva: Eu comecei a me interessar pela Cirurgia Vascular ainda na faculdade, quando o meu pai foi submetido a uma cirurgia vascular de urgência devido a um aneurisma de poplítea em que ele corria risco até de perder a perna. Mas graças a Deus ficou tudo bem. Defini que seguiria essa área durante a residência de Cirurgia Geral, em que percebi as diversas áreas de atuação que um cirurgião vascular poderia ter.
Um marco importante foi minha aprovação na residência de Cirurgia Geral na Escola Paulista de Medicina (Universidade Federal de São Paulo). Como fiz faculdade no Paraná, meus colegas de lá comentavam que era impossível quem fazia faculdade fora de São Paulo conseguir aprovação. Me dediquei muito aos estudos e consegui realizar esse sonho.
2. Seu trabalho científico foi premiado e publicado nacionalmente. Pode nos contar mais sobre ele?
Dra. Bárbara Saraiva: Claro! O trabalho fala a respeito do diagnóstico mais precoce da neuropatia diabética, condição muito negligenciada no início e diagnosticada apenas em fases mais avançadas. O diabetes mellitus provoca lesão nos nervos, principalmente dos pés, reduzindo a sensibilidade, fazendo com que diabéticos se machuquem sem nem ao menos sentir.
Nosso objetivo foi utilizar ferramentas práticas com questionários e exames simples, que podem ser feitos ainda na atenção básica de saúde. O objetivo é reduzir o risco de complicações como o pé diabético (condição com alta taxa de amputação). Além disso distribuímos cartilhas aos pacientes participantes do estudo com orientações de como cuidar dos pés e evitar a formação de feridas.
3. Você também contribuiu para uma obra importante na área. Como foi essa experiência?
Dra. Bárbara Saraiva: Sim, participei do livro a respeito de doppler venoso. Foi desafiadora mas ao mesmo tempo uma honra muito grande em ter recebido esse convite pelo Dr Robson Barbosa de Miranda. Escrevi um capítulo a respeito de acessos venosos em pediatria. Descrevo como é feito o protocolo a respeito da escolha do melhor sítio para puncionar a veia de uma criança.
4. Dra. Bárbara, quais são hoje os tratamentos mais modernos e eficazes para varizes e vasinhos?
Dra. Bárbara Saraiva: Existem diversas opções como o laser transdérmico, a escleroterapia com espuma. Para um tratamento eficaz costuma associar o laser transdérmico com a escleroterapia ou com a espuma.
5. O laser transdérmico e o endolaser são indicados para todos os casos de varizes? Como é feita essa escolha?
Dra. Bárbara Saraiva: O laser transdérmico é utilizado nos casos de vasos mais finos, os chamados vasinhos. Já o endolaser nós utilizamos naqueles pacientes com varizes mais grossas.
6. A escleroterapia com espuma é bastante comentada hoje em dia. Quais os diferenciais dessa técnica em relação aos tratamentos tradicionais?
Dra. Bárbara Saraiva: É uma técnica minimamente invasiva em que misturamos um líquido (polidocanol) com o ar, formando uma espuma como uma espuma de barbear. Ela é muito versátil, podendo ser utilizada em diversos casos como: pacientes com feridas devido às varizes, pacientes com indicação de cirurgia mas que apresentam alto risco cardiológico, naqueles vasinhos finos que não responderam a outras técnicas como escleroterapia e laser transdérmico. A vantagem dela é que é feita inteiramente em consultório, sem necessidade de cirurgia, internação ou repouso.
7. Quando a microcirurgia de varizes é recomendada? A recuperação costuma ser rápida?
Dra. Bárbara Saraiva: A microcirurgia é realizada naqueles pacientes com varizes mais grossas. Costuma ser rápida, em torno de 2 semanas. Mas não orientamos repouso absoluto, atualmente o recomendado é caminhar já no primeiro dia, para reduzir o risco de trombose no pós-operatório.
8. Quais sinais indicam que um paciente pode estar desenvolvendo uma doença vascular mais complexa, como trombose ou linfedema?
Dra. Bárbara Saraiva: Ambas se caracterizam por inchaço em uma perna maior que a outra. No caso da trombose há associação com dor e vermelhidão e o inchaço é mais generalizado. No linfedema não costuma haver dor, apenas uma sensação de peso e o inchaço começo nos dedos dos pés e aos poucos vai subindo para a perna se não tiver o tratamento adequado.
9. O que o paciente pode esperar de um tratamento completo para lipedema em seu consultório?
Dra. Bárbara Saraiva: Na consulta inicia faço a avaliação das queixas da paciente com anamnese e exame físico além de realizar um ultrassom. Nele avalio a circulação (muitas vezes o lipedema tem associação com varizes), faço o diagnóstico e avalio o grau de inflamação. Tenho uma equipe multidisciplinar de especialistas que realiza um tratamento intensivo dessa paciente, formada por nutricionista, fisioterapeuta, personal trainer e psicóloga. A cada 45 dias eu faço uma reavaliação da resposta da inflamação através do ultrassom.
10. Sabemos que o pé diabético exige atenção especial. Como é feito o acompanhamento e tratamento desse tipo de condição?
Dra. Bárbara Saraiva: O pé diabético é uma condição complexa que exige muito cuidado e um diagnóstico precoce para evitar complicações. Nele há alterações circulatórias, da estrutura física do pé e da inervação; todas essas condições podem favorecer a formação de feridas que levam a infecções muito graves com risco de amputação. O tratamento é feito de acordo com a complicação mas o objetivo principal é diagnosticá-lo antes da formação de lesões.
11. Como o Doppler Vascular auxilia no diagnóstico precoce de doenças vasculares? Ele deve ser feito com frequência?
Dra. Bárbara Saraiva: O doppler é o nosso guia em diversas condições. Através dele conseguimos avaliar o funcionamento das veias e das artérias, além de diagnosticar entupimentos como na trombose e na aterosclerose (placas de gordura na circulação). Ele nos auxilia na punção das veias em diversos tratamentos para varizes como na espuma e no endolaser. A frequência de reavaliação depende de cada caso. Se não houver alterações pode ser feito anualmente.
Entrevista com Dra. Bárbara Saraiva: Excelência e Humanização na Medicina Vascular
12. Quais cuidados preventivos que a Dra recomenda para quem tem histórico familiar de problemas vasculares?
Dra. Bárbara Saraiva: Existem diversos problemas vasculares, alguns deles com componente genético (como varizes e alguns casos de trombose) e outros que ocorrem devido a hábitos de vida (como o tabagismo influenciando na aterosclerose- entupimento das artérias por placas de gordura). Naqueles casos de componente genético o recomendado é realizar uma avaliação médica com um cirurgião vascular e, de acordo com a patologia, será necessário complementar com Doppler.
13. Existe algum protocolo específico para pacientes que irão viajar por longos períodos (voos ou viagens internacionais)? Como prevenir a trombose nesses casos?
Dra. Bárbara Saraiva: A conduta depende da avaliação do risco desse paciente desenvolver trombose. Naqueles pacientes com histórico de trombose, que apresentam trombofilias ou outras doenças que aumentam o risco de trombose, é recomendada a administração de uma injeção via subcutânea antes e após o voo. Naqueles que não apresentam fatores de risco, o recomendado é procurar se movimentar durante o voo a cada 2 horas, se hidratar, não tomar medicamentos sedativos e utilizar meias de compressão.
14. Como surgiu a ideia de inaugurar seu consultório e o que ele oferece de diferencial?
Dra. Bárbara Saraiva: Pela necessidade de um espaço próprio com a liberdade de atender o paciente no meu tempo, sem a correria que os atendimentos em planos de saúde fazem a gente atender. Isso me permite uma avaliação completa e definição do tratamento já na primeira consulta. No consultório tenho o aparelho de ultrassom que permite a realização de doppler vascular na primeira consulta e guiar qual será o meu tratamento. Além disso, tenho o laser transdérmico, tratamento moderno para os vasinhos que determina um ótimo resultado estético.
15. Além do consultório, você mantém uma atuação hospitalar bastante ativa, certo?
Dra. Bárbara Saraiva: Certo! Sou preceptora da residência de doppler vascular no Hospital Estadual Mário Covas. Acredito que ensinando eu aprendo ainda mais, além de ser prazeroso ver a evolução dos residentes ao longo do ano. Nos hospitais da Rede D’or realizo algumas agendas de doppler vascular como no Hospital Brasil de Santo André e no Hospital São Luiz do Morumbi.
16. Para finalizar, qual sua visão sobre o cuidado vascular hoje?
Dra. Bárbara Saraiva: Atualmente o cuidado vascular vai além do tratamento das doenças, envolve toda uma rede de cuidado e prevenção. Cada dia percebemos que cuidar da circulação é cuidar do corpo como um todo. Acredito que o papel do cirurgião vascular é acompanhar essa jornada de forma humanizada e baseada em evidências científicas. Meu propósito é transformar esse cuidado em algo acessível, ajudando cada paciente a enxergar a saúde vascular como um dos pilares da longevidade e de qualidade de vida.
Entrevista com Dra. Bárbara Saraiva: Excelência e Humanização na Medicina Vascular
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Fonte Dra. Bárbara Saraiva – W7 Assessoria de Imprensa – Fotos: Divulgação/Arquivo Pessoal
