Dia da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha 25 de julho. Liliane Rocha, empreendedora negra e Conselheira Consultiva de Diversidade em várias organizações, fala sobre o abismo social das mulheres negras no Brasil.
O Dia da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha foi instituído em 1992, durante o 1º Encontro de Mulheres Afro-latino-americanas e Afro-caribenhas, realizado em Santo Domingo – República Dominicana. Após o evento, foi criada uma rede para pressionar a Organização das Nações Unidas (ONU) a assumir a luta contra as opressões de raça e gênero.
No Brasil, a data homenageia também a líder quilombola, Tereza de Benguela, símbolo de luta e resistência do povo negro. A data, reconhecida legalmente no Brasil por meio da Lei nº 12.987, de 2 de junho de 2014, com o objetivo de ser celebrada como Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra, acabou se transformando em um símbolo de mobilização por igualdade de direitos.
Veja Gardênia Cavalcanti, esbanja elegância em eventos do Santuário
De acordo com dados do IBGE (Pnad, 2021), a população brasileira é composta por 56% de negros (soma de pessoas autodeclaradas pretas e pardas). Segundo a Associação Mujeres Afro, na América Latina e no Caribe, mais de 200 milhões de pessoas se identificam como afrodescendentes.
Mesmo representando a grande massa populacional, negros, principalmente mulheres negras, são os indivíduos que mais sofrem com racismo, violência, feminicídio, falta de oportunidades de emprego, entre outras questões que se potencializaram com a pandemia.
Segundo um estudo da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe, a pobreza na América Latina atingiu 33,7% da população de toda a região, sendo este o maior índice em 13 anos. No Brasil, 63% das casas chefiadas por mulheres negras estão abaixo da linha da pobreza, de acordo com a Síntese dos Indicadores Sociais do IBGE de 2019 e 2020.
Confira também Entrevista com Daniel Steve no Canal Click Jo Ribeiro
Já quando falamos de violência contra as mulheres negras, dados do Atlas da Violência divulgados em 2019 – e aqui é importante salientar dados do período que antecede a pandemia, em razão da influência direta na circulação de brasileiros e brasileiras – mostram que houve um aumento de 30,7% nos assassinatos de mulheres de 2007 a 2017, ano em que foram mortas 4.936 mulheres (o maior índice desde 2007), representando cerca de 14 mulheres assassinadas por dia.
Desse total, 66% eram mulheres negras, o que mostra um crescimento de 29,9% em comparação com o ano anterior.
No contexto de empregabilidade, entre todos os países da América Latina, o Brasil apresenta a maior desigualdade de gênero e raça, segundo a pesquisa Desigualdades Sociais por Cor ou Raça no Brasil do IBGE. Mulheres negras ainda recebem menos da metade do salário de homens e mulheres brancas no país, independente da escolaridade.
“E quando falamos de mulheres negras na liderança das empresas, o quadro é ainda mais desolador. De acordo com o estudo Perfil Social Racial e de Gênero do Instituto Ethos, nas 500 maiores empresas.
Apenas 0,4% de mulheres negras ocupa cargos na alta liderança das companhias, o que confirma o gigante abismo que precisa ser superado pelas mulheres negras.”, explica Liliane Rocha, CEO e Fundadora da Gestão Kairós, consultoria de Sustentabilidade e Diversidade, hoje Conselheira Consultiva de Diversidade e Diversidade Étnico-Racial da Ambev, do Grupo Impacto – CEOs Legacy – iniciativa da Fundação Dom Cabral, e Novelis do Brasil.
Este Dia da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha é mais uma oportunidade para falar sobre a necessidade de criação de políticas que garantam efetivamente a igualdade racial e de gênero, assegurando o acesso a oportunidades e direitos básicos, além de combater a discriminação.
Já viu Kaysar lança música autoral em homenagem a sua mãe, após deixar o “No Limite”
Dia da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha 25 de julho
“Acredito que só vamos conseguir acabar com a invisibilidade das mulheres negras, quando as lideranças e a sociedade entenderem suas responsabilidades nesse cenário, e passarem a agir de forma a garantir melhores oportunidades.
Dessa forma, poderemos ver a redução das atuais lacunas sociais, econômicas, educacionais, relacionadas à saúde e outras desigualdades que envolvem as mulheres negras”, conclui Liliane Rocha.
Fonte Assessoria de Imprensa – Fotos: Divulgação / Arquivo Pessoal
[…] Veja Dia da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha 25 de julho […]
[…] Confira também Dia da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha 25 de julho […]