Estreia teatral: Cemitério Vertical

Estreia teatral: Cemitério Vertical

Estreia teatral: Cemitério Vertical, nova montagem sob direção de Eric Lenate com 12 atores, estreia online e ao vivo no próximo dia 24 de Julho.

CEMITÉRIO VERTICAL com estreia prevista para 24 de julho, sob direção do premiado ator, dramaturgo e diretor paulista Eric Lenate, trata-se de experimento cenoexpressivo virtual para o teatro, derivado de um laboratório de criação voltado especificamente para o formato de interação remota e virtual entre artistas e público.

Reunindo 12 atores-dramaturgos de diferentes partes do Brasil, o elenco conta com nomes revelações e potentes da cena teatral contemporânea como Vinicius Aguiar, Paloma Alecrim, Rebecca Loise, Paulo Castello e Maria Eduarda Pecego, dentre outros.

Em curta temporada com quatro apresentações entre os dias 24/7 e 1/8, o espetáculo acontece ao vivo e online através da plataforma Sympla Streaming.

Durante 3 meses, um grupo de 12 artistas que atuam e escrevem trabalharam sob a orientação e provocação do ator e diretor Eric Lenate. O objeto da pesquisa foi o estudo e análise da obra “Necropolítica”, do filósofo, teórico político, historiador e intelectual camaronês Achille Mbembe, as noções de biopoder/biopolítica de Michel Foucault e as correlações com o Brasil atual.

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Estreia teatral: Cemitério Vertical
Estreia teatral: Cemitério Vertical

O objetivo da pesquisa foi a criação de um campo de experimentações em que esse grupo de atores e atrizes trabalharam seu desenvolvimento pessoal enquanto criadores e criadoras, tanto no campo da atuação, quanto no campo da dramaturgia.

Ao final do processo, tomou corpo este experimento ceno-expressivo virtual composto por 12 solos, em temporada via streaming, com dramaturgia assinada pelo grupo e direção assinada por Eric Lenate. O elenco de 12 artistas é fomado por: Diego Lima, Juliana Poggi, Lorena Garrido, Luís Paulon, Maria Amélia Lonardoni, Maria Eduarda Pecego, Michelle Braz, Paloma Alecrim, Paulo Castello, Rebecca Loise, Renato Izepp e Vinícius Aguiar. A assistência de direção e de provocação dramatúrgica é de Vitor Julian.

CEMITÉRIO VERTICAL é o resultado do laboratório de montagem “Cemitério Vetical – Poéticas de Resistência à Necropolítica”, criada por Eric Lenate especialmente para o projeto de Oficinas de Montagem Inbox Cultural.

Ao transitar entre as sepulturas deste cemitério vertical, o público encontrará a “Verdade Paralela”: um futuro distópico ou uma realidade possível?

A cabeça sendo comida por dentro pelos que – aparentemente soterrados – agora se manifestam; uma mulher artista, psicanalista e pesquisadora workaholic que vai perdendo sua memória, percepção e sanidade na medida em que seu companheiro se aproveita do isolamento social da pandemia do COVID-19.

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Para enclausurar sua vida anímica com abusos psicológicos; uma personagem que nasceu, mas não viveu, e que tenta contato com Cristo em busca do seu direito de matar; uma mulher que, ao sentir a morte se manifestar em seu próprio corpo, percebe que passou a vida moribunda, sucumbindo à cultura machista de extermínio de mulheres e do feminino.

Uma mulher que alega estar acometida de Delirium Tremens Post-Mortem, que trata do alívio de finalmente ser diagnosticada com uma doença que poderia acarretar no ganho pleno da visão; um idealista que rememora sua trajetória até ali, refletindo sobre o que seus desejos e máscaras o transformaram; um executivo que se indiga “não sentir é uma virtude ou um vício?”; a bala perdida que sempre encontra um corpo negro.

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Logo Cemitério Vertical. Foto: Divulgação.

Necropolítica, Biopoder, Políticas de Extermínio

O ensaio Necropolítica: biopoder, soberania, estado de exceção, política da morte, de Achille Mbembe, apresenta uma reflexão sobre a expressão máxima de soberania, concebida como “o poder e a capacidade de ditar quem pode viver e quem deve morrer”.

Para Foucault, biopolítica é a força que regula grandes populações ou conjunto dos indivíduos, diferentemente das práticas disciplinares utilizadas durante a antiguidade e na idade média que visavam governar apenas o indivíduo.

Já biopoder se refere aos “dispositivos” e tecnologias de poder que administram e controlam as populações por meio de técnicas, conhecimentos e instituições. Para atender aos interesses e vontades das mais variadas sociedades modernas, ideias de ameaça, medo e ódio ao inimigo foram mantidas como na antiguidade e na idade média.

Mas há um diferencial: se antes as guerras eram iniciadas a fim de proteger o soberano, com objetivos delimitados, e a morte de uns asseguraria a existência de todos ao final, os conflitos travados ao longo dos dois últimos séculos mostraram uma crueldade humana sem precedentes. Ou seja, para Foucault os massacres, extermínios e regimes totalitários modernos, como o stalinismo e o nazi-fascismo, radicalizaram os mecanismos políticos de morte já existentes.

Ideias de controle dos corpos, purificação da população, supremacia de um determinado grupo sob outro não surgiram no século XX, mas nesse momento foram amplamente aceitas com base no poder exercido por governos e estruturas administrativas.

Por meio do discurso do Estado tais práticas tornaram-se aceitáveis, mesmo visando a rejeição, expulsão e aniquilação de determinados grupos. Para Foucault, o discurso é o instrumento de poder que determina condutas e valida políticas. No entanto, como analisado pelo mesmo, é preciso cautela ao lidar com tal instrumento já que este acabou possibilitando práticas cruéis e políticas que reforçam estereótipos, segregações, inimizades e extermínios.

Em certos episódios da história da humanidade, alguns discursos políticos validaram massacres, extermínios e regimes totalitários modernos. Foi a partir da ideia de que discurso é um instrumento de poder que Mbembe foi além. Em seu livro “Necropolítica” apontou que esses dois conceitos são insuficientes para compreender relações de inimizade e perseguições contemporâneas.

Como estudioso da escravidão, da descolonização e da negritude, relacionou o discurso e o poder de Foucault a um racismo de Estado presente nas sociedades contemporâneas, que fortaleceu políticas de morte (necropolítica).

A necropolítica no Brasil

No Brasil, ao longo da história, alguns discursos tiveram o poder de retirar a humanidade de certos grupos através da desclassificação da pessoa, ou seja, da ideia de que ela merecia ser punida ou que as políticas são para a maioria e não para minorias.

A ditadura no Brasil foi um desses momentos. Os 21 anos do regime autoritário resultaram em mortes e corpos desaparecidos. À época, quando um opositor ao regime era preso, torturado ou assassinado, este corpo era considerado um inimigo visível e determinado que merecia um fim. O discurso promovido tinha o poder de estabelecer parâmetros aceitáveis para tirar vidas e controlar as pessoas.

A escravidão também foi um desses momentos. Os 300 anos da precarização de inúmeras vidas foram a base da construção e formação da sociedade brasileira. Mesmo assegurados a todos os direitos que nos igualam de forma jurídica, os dados mostram que nem todos têm as mesmas oportunidades.

Nesse mesmo sentido de marginalização de pessoas, existem discursos que fortalecem a ideia de que existem lugares subalternizados com alta criminalidade em que vidas podem ser tiradas em prol do bem comum. A guerra ao tráfico e à criminalidade no Brasil é um exemplo.

Mas também há necropolítica nas prisões. O tratamento da população carcerária, com punições com foco na privação da liberdade, a superlotação das cadeias e baixas condições sanitárias são reflexos disso. Conforme apontado pelo CONJUR, só em 2018 foram mais de 1.400 mortes em presídios no Brasil.

SINOPSE:

Você está diante do conjunto de lápides de um cemitério vertical. Uma espécie de condomínio funerário onde todos que o habitam foram colocados, em maior ou menor nível, de maneira imposta e impiedosa. Dizem que a morte a todos iguala. Mas os caminhos até ela são bem distintos.

Estreia teatral: Cemitério Vertical

FICHA TÉCNICA

Dramaturgia e Atuação | Diego Lima, Juliana Poggi, Lorena Garrido, Luís Paulon, Maria Amélia Lonardoni, Maria Eduarda Pecego, Michelle Braz, Paloma Alecrim, Paulo Castello, Rebecca Loise, Renato Izepp, Vinícius Aguiar e Vitor Julian

Organização Dramatúrgica | Criação Coletiva

Provocação Dramatúrgica | Vitor Julian e Eric Lenate

Dramaturgia de Encenação Virtual | Eric Lenate e Vitor Julian

Direção | Eric Lenate

Direção Assistente | Vitor Julian

Supervisão técnica | Eric Lenate

Operação técnica | Luís Paulon e Vitor Julian

Efeitos visuais | Juliana Poggi, Luís Paulon, Michelle Braz e Vitor Julian

Trilha sonora original e desenho sonoro | L. P. Daniel

Músicas originais do solo “Verdade Paralela” | Michelle Braz

Arte gráfica e comunicação digital | Juliana Poggi

Assessoria de imprensa | Adriana Monteiro – Ofício das letras

Apoio na comunicação | Bossa Comunicação

Produção | Letícia Crozara

Direção de produção | Júlia Ribeiro e Kauê Telloli

Realização | Inbox Cultural

Parceria | Sociedade Líquida – Eric Lenate e L. P. Daniel

Agradecimentos | Estrela Straus, Gabriel Luiz, Luiz Eugênio, Manuella Loise, Daniella Luize, João Luiz, Marcelo Checchia, Bruno Javorski, Marcos Carvalho, Fabiano Manica, Priscila Venosa, Julia Medeiros, Patrícia Sakate, Mel Audi, Luís Rogério, Naara Aragão, Cyntia Batistetti, Jessica Moreira, Cíntia Moreira, Joana Lima, Tayná Campos, Maria Ignácia Rodrigues da Silva (em memória), Amélia de Castro Lonardoni (em memória), Arilda Rodrigues da Silva Lonardoni, Samira Lonardoni, Luíza Lonardoni Chá.

Homenagem – Às bruxas, cientistas, curandeiras, artistas, donas de casa, profissionais de todas as áreas (especialmente da saúde pública), agricultoras, enfim, a todas as mulheres deste mundo que lutam ou já lutaram por liberdade, igualdade de oportunidades, direitos femininos e justiça de gênero.

Eric Lenate. Foto: Divulgação

Às travestis, mulheres e homens transgênero, lésbicas, gays, pessoas não binárias. Aos corpos dissidentes do sistema cis-heteronormativo – os que vieram antes, os que estão aqui, os que virão depois. Às crianças transviadas.

Às pessoas que resistem, todos os dias, ao estado de exceção permanente perpetrado pelo Estado nas regiões periféricas e/ou marginalizadas. Aos povos originários destas terras. Às pessoas indígenas e quilombolas.

Às mais de 500 mil vítimas da Covid-19 no Brasil, dentre as quais, tantas mortes poderiam ter sido evitadas. Nosso respeito e compaixão por todos e todas que resistiram, mas tiveram suas vidas interrompidas pelo genocídio cotidiano motivado por questões de gênero, raça e classe.

ERIC LENATE Diretor

Ator, diretor e cenógrafo. Foi formador convidado no curso de Direção e artista-orientador de Experimentos da SP Escola de Teatro entre os anos de 2013 e 2014. Iniciou suas atividades artísticas na dança aos 6 anos, optando pela formação clássica na adolescência.

Já no teatro profissional em 2005, ingressou no CPT – Centro de Pesquisa Teatral do SESC, sob a direção de Antunes Filho. Foram quatro anos em contato estreito com suas práticas, em que Lenate desempenhou diversas funções: participou do Núcleo de Cenografia e atuou nas seguintes montagens do Grupo Macunaíma: “O Canto de Gregório”, de Paulo Santoro; “A Pedra do Reino”, de Ariano Suassuna e “Senhora dos Afogados”, de Nelson Rodrigues.

Em 2006, com a criação de um programa novo de estudos implementado por Antunes, passou a desenvolver seu trabalho como diretor. Sua estreia profissional se deu com “O céu 5 minutos antes da tempestade”, da então também estreante, Silvia Gomez, na época integrante do Círculo de Dramaturgia do CPT. O espetáculo esteve em cartaz durante todo o ano de 2008 e foi nomeado para diversos prêmios como o Qualidade Brasil de melhor espetáculo na categoria drama.

Foi diretor e cenógrafo da peça “Rabbit”, de Nina Raine, projeto da Companhia Delas de Teatro que estreou também em agosto de 2012, em São Paulo, no teatro Eva Herz. Este trabalho recebeu duas indicações ao extinto prêmio CPT 2012 (melhor trabalho apresentado em sala convencional e melhor direção). Ainda em 2012, Lenate foi indicado ao prêmio Shell na antiga categoria especial “pela força performativa de seus experimentos”. 

“Vestido de Noiva”, trabalho que dirigiu em 2013, esteve em cartaz em São Paulo. Este espetáculo rendeu a Lenate o prêmio Aplauso Brasil 2013 de melhor arquitetura cênica. “Sit Down Drama”, espetáculo que dirigiu em 2014, estreou no Teatro SESC Anchieta em São Paulo.

Por este trabalho, Lenate foi indicado ao prêmio Shell de melhor direção. Em 2015 funda a Sociedade Líquida, projeto-provocação responsável pelos trabalhos: “Ludwig e suas irmãs”, de Thomas Bernhard; “Mantenha fora do alcance do bebê”, de Silvia Gomez; “Fim de Partida”, de Samuel Beckett, pelo qual foi indicado ao prêmio APCA de melhor ator em 2016.

“O teste de Turing”, de Paulo Santoro, e “Refluxo”, de Angela Ribeiro, que esteve em cartaz em 2017 no Mezanino do Centro Cultural FIESP, pelo qual Lenate recebeu o prêmio Shell de melhor cenário e foi indicado ao mesmo prêmio na categoria melhor direção, em São Paulo.

Em janeiro de 2017, no Rio de Janeiro, e em março de 2018, em São Paulo, estreou “Love, Love, Love”, de Mike Bartlett, em parceria com o Grupo 3 de Teatro. Por este trabalho, Lenate foi indicado aos prêmios APTR 2017 e Shell 2017 de melhor direção, ambos no Rio de Janeiro.

Este trabalho ainda foi indicado em 2018 ao prêmio APCA de melhor espetáculo e ao prêmio Aplauso Brasil na categorias: direção e espetáculo, ambos em São Paulo.

Em 2019, em parceria com Erica Montanheiro, estreou o projeto “Balada dos Enclausurados”, composto pelos solos “Inventário” – escrito e atuado por Erica, com direção de Lenate – e “Testemunho Líquido” – escrito e atuado por Lenate e dirigido por Erica. Balada dos Enclausurados foi eleito pela revista Veja como o “espetáculo do ano” e Lenate foi indicado ao prêmio APCA 2019 de melhor ator por sua atuação em “Testemunho Líquido”.

Vitor Julian. Foto: Divulgação

VITOR JULIAN Diretor assistente

Vitor Julian é ator formado pelo Projeto Pedagógico do Espaço Cia da Revista (2017/18) e estudante de dramaturgia. Atuou nos espetáculos teatrais “A Resistível Ascensão de Arturo Ui”, de Bertolt Brecht, com direção de Kleber Montanheiro (2018); e “Oceano”, do Grupo XPTO, com direção de Osvaldo Gabrielli (2018).

Estudou Danças Tradicionais Brasileiras, com a Cia Mundu Rodá; Presença de Atores e Performers, com Jan Ferslev; Teatro Gestual, com a cia franco-brasileira Dos à Deux; e Mímica, com Luis Louis. Entre os anos de 2017 e 2018, trabalhou no Espaço Cia da Revista ao lado do diretor artístico Kleber Montanheiro, como assistente de curadoria e administrador de pauta.

No mesmo período, foi assistente da atriz e professora Daniela Flor em suas aulas de Interpretação e Expressão Corporal nos cursos de teatro da Escola de Atores Nilton Travesso.

Desde 2020, faz parte do Núcleo de Dramaturgia Feminista, conduzido por Maria Giulia Pinheiro, com o qual realizou o podcast “Corte Perfeito Para” e o livro “Mentiras e Outros Pequenos Furtos: Um Inventário da Verdade” (Editora Hecatombe/Urutau, 2021). Atualmente, é estudante no curso de Dramaturgia da SP Escola de Teatro, coordenado por Marici Salomão.

Diego Lima. Foto: Divulgação

Solo “SEM NOME NO BOLSO” De DIEGO LIMA

Sem nome no bolso escancara a concretude da violência em que corpos pretos são submetidos todos os dias. O texto parte de uma lembrança pessoal do ator Diego Lima, a perda de um jovem amigo, fato este que ocorreu nos 90 e que ainda ressoa como estado de alerta. Era um dia qualquer, desses que a gente não imagina ser o último e três jovens foram brutalmente assassinados, seus corpos perfurados ficaram expostos no muro do colégio pedacinho de chão.

Ei Zé, o que foi que aconteceu contigo? Entre as rimas, gírias e perguntas sem respostas, uma conversa que poderia ter sido evitada se desenrola por meio das lembranças fragmentas do ator que na época era só uma criança. Se se encena a dor de um corpo preto, é porque ela precisa ainda ser dita e reelaborada, assim como esses corpos também precisam ser encarados não como corpos suspeitos, mas como pessoas constituídas de subjetividades, conhecimento e tradições.

DIEGO LIMA, é formado em Artes Dramáticas pelo SENAC-SP e Licenciatura em Teatro pela Ítalo Brasileiro. Seus principais trabalhos no teatro são Mundus Immundus e Precipícios com a Cia Sassaricando São Paulo, Mesquinharia com o 1º Núcleo Experimental do Parlapatões com direção de Hugo Possolo e Luciano Gentile e Os Lunáticos infanto-juvenil com direção de Diego Dac.

Além de ter colaborado com Natália Gonsales e Flávio Tolezani, nos espetáculos A Última Dança e Fala Comigo Antes da Bomba Cair como técnico de palco.

Em 2019 formou o núcleo artístico Utópica Cia Teatral, no intuito de aprofundar sua dramaturgia e direção, desde então participa de algumas oficinas de dramaturgia, entre elas: Analisando Tennessee Williams com a Professora e Dra Lara Moler, Dramaturgia das Encruzilhadas e o Teatro Negro com Carlos Canarin e Você Escrevendo a História com Erica Montanheiro e Eric Lenate, onde iniciou o processo de escrita do solo.

O Último Canto da Araponga.No audiovisual gravou a WebSérie Club 27 com direção de Márcio Trigo, o curta metragem Mauro e Leon com direção de Paulo Gabriel Galvão, Chamado Central com direção de Daniel Nascimento, Carcereiros com direção de José Eduardo Belmonte e Herói Por Um Dia com direção de Fernando Grostein Andrade É criador do Cantinho da Criação ponto de cultura independente que desde a sua fundação segue sendo um espaço de acolhimento de projetos de jovens artistas.

Juliana Poggi. Foto: Divulgação

Solo “VOCÊ DECIDE” De JULIANA POGGI

E se o Jornal Nacional fosse pautado pelo WhatsApp? Recentemente um relatório da OCDE revelou que 67% dos alunos brasileiros de 15 anos não sabem diferenciar fatos de opiniões. Não deveria ser uma surpresa, numa era em que algoritmos nos colocam em bolhas que tornam cada vez mais difícil a convivência com o contraditório.

A ideia de que apenas o que cabe na nossa narrativa própria sobre o mundo pode ser tido como fato alimenta a ficção binária que vem se esparramando pela realidade. Como seria nossa percepção da pandemia sem a grande mídia? Qual a última fronteira entre a mídia “independente” e a “paralela”? Acima de tudo, qual o nosso papel nisso, com a comunicação direta dos meios digitais? Nesta jornada, você decide: ou fake, ou fato. Como disse Cecília Meirelles, “é uma pena que não se possa estar ao mesmo tempo em dois lugares”.

JULIANA POGGI é formada como atriz pelo Lee Strasberg Theater and Film Institute New York e Teatro Escola Macunaíma, além de Bacharel em Audiovisual pela ECA-USP. Estudou com preparadores de elenco como Tomás Rezende, Estrela Straus e Christian Duurvoort, além do diretor Luciano Sabino. No audiovisual, foi a servente Janaina na novela Sete Pecados, de Walcyr Carrasco, direção geral de Jorge Fernando, na Rede Globo (2007) e atuou no Telecurso 2000.

Trabalhou por mais de dez anos no marketing esportivo nacional, com projetos na Olimpíada de Londres, Copa do Mundo de 2014 e, especialmente, no São Paulo FC, produzindo conteúdo para cinema, TV e internet. Em 2018 retornou às artes. Está no elenco do longa “O Auto da Boa Mentira”, roteiro de Tatiana Maciel e supervisão de João Falcão, direção de José Eduardo Belmonte.

No teatro, foi Lady Macbeth e Emilia em “Shakespeare e o Verme Que Comeu o Rei”, direção de Eric Lenate. Trabalhou ainda com diretores como Cynthia Falabella, Einat Falbel, Luciana Magiolo e Fausto Viana, entre outros. Traduziu e adaptou seis monólogos da peça Talking With… (Falando Com…), de Jane Martin, além de fazer parte do elenco da produção, que teve o processo de ensaio interrompido pela pandemia.

Lorena Garrido. Foto: Divulgação

Solo “REFLEXÕES PARA DANTES DO EXTERMÍNIO” De LORENA GARRIDO

“Reflexões para Dantes do Extermínio”. De dentro de uma mochila com um bebê no extremo norte do país de nome vermelho e muito próximo a uma linha imaginária chamada equador, uma personagem que nasceu, mas não viveu, tenta contato com Cristo em busca do seu direito de matar.

Natural de São Luís do Maranhão, LORENA GARRIDO radicou-se em São Paulo há 14 anos onde se fez advogada pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo e atriz pelo Teatro Escola Célia Helena.

Fez parte da Companhia Os Satyros de Teatro por sete anos, tendo participado de diversas montagens do grupo, com destaque para “Justine” (2016), a partir da obra do Marquês de Sade; “Cabaré Fucô” (2017), “Pessoas Brutas” (2017) e “O Incrível Mundo dos Baldios” (2018), todos com direção de Rodolfo Garcia Vazquez. Em 2019, fez parte do elenco de “INTERDITOS”, dirigido por Nelson Basquerville, espetáculo que nasce a partir das rubricas de Nelson Rodrigues.

Em 2020 integrou o elenco do projeto “Uma Singela Floresta de Pessoas”, teatro-dança montado pela Napalm Cimpanhia de Teatro Danca da Cidade do Porto, em Portugal. Em 2021, escreveu e atuou no espetáculo online “Essas pessoas na (sua) Sala de Jantar”, dirigido por Estrela Straus.

Luís Paulon. Foto: Divulgação

Solo “SEM SENTIDO” De LUÍS PAULON

Em janeiro de 2007 um dos violinistas mais famosos do mundo fez um experimento no metrô de Nova York. No intervalo entre suas apresentações, com lotação esgotada no Boston Symphony Hall, ele levou o seu Stradivarius de 1713 para uma estação de metrô, colocou um chapéu à sua frente, e tocou o seu recital de seis melodias de compositores clássicos. O experimento era para ver se ele, ou seu violino, ou as melodias perfeitamente executadas, seriam percebidas no meio de uma estação lotada. Coincidentemente eu passei por essa estação de metrô no mesmo dia e no exato momento em que ele tocava. Estava com fone de ouvido.

LUÍS PAULON teve uma carreira meteórica no teatro desde o seu início profissional no primeiro semestre de 2020. Em pouco mais de 15 meses no biênio 2020-21 passou por todos os grandes teatros de São Paulo, com montagens ousadas e apresentações com sucesso de público. Quem foi ao teatro pelo menos alguma vez desde 11 de março de 2020 – sua estreia com a peça “Suspensão” – ouviu falar da sua potência no palco na frente de plateias lotadas. Egresso da escola de teatro INDAC é membro da companhia Janelas Abertas.

Maria Amélia Lonardoni. Foto: Divulgação

Solo “MORTE DA MULHER DE VERDADEDe MARIA AMÉLIA LONARDONI

Um dia você desperta e percebe que suas crenças, pensamentos, relacionamentos, escolhas, conquistas e anseios são fruto de uma construção machista, de um ecossistema condicionante e opressor, que aprisiona o feminino.

Constata que por mais bem-sucedida que pareça, você não passa de chefe do departamento logístico: café coado, crianças na escola (com tarefa feita e lanche saudável), almoço adiantado, roupa na máquina, maquiagem na cara, relatórios entregues, reuniões realizadas, camisa do marido passada, cachorro no pet, unhas feitas… Seus desejos, quando não silenciados, são breves concessões numa rotina exaustiva, injusta e massacrante.

Um dia você desperta na pandemia e precisa encarar essa verdade, que é a verdade de muitas mulheres. Verdade criada, conduzida, imposta pela sociedade dos “bons costumes” perversos. Cotidianamente, os sonhos, a liberdade, as diferenças, a diversidade, a criatividade, o brilho são ceifados de milhares de mulheres.

É a morte a conta gotas, que muitas vezes traz sinais na psique e no corpo. Rouba o tempo e a saúde física e mental de crianças, jóvens, idosas e adultas de meia idade (seja lá que idade isso significa). E as que buscam sair dessa condição abusiva de existência, enfrentam uma morte ainda mais brutal e abrupta. Vítimas de feminicídio, pagam o preço com o que lhes restaria de vida.

Não queimaram sutiãs mas tentaram matar essa “mulher de verdade” para viverem as suas verdades. Mas vocês não queriam igualdade? Não. Queremos ter tempo e espaço para ser, dizer, agir, pensar, fazer o que quisermos, sem termos de deixar a janta pronta. Nesta lápide do Cemitério Vertical, jazz a representação das mulheres que vivem mortas, mas que, a partir deste diagnóstico, tentam ressignificar suas vidas.

MARIA AMÉLIA LONARDONI é atriz e jornalista, integrou a Cia. Permanente de Teatro da Universidade Federal do Paraná – Palavração – durante cinco anos, onde iniciou sua formação teatral, atuando em peças como “O Incrível Retorno do Cavaleiro Solitário”, adaptação do livro Dom Quixote de La Mancha”, “Uma Coroa de Orquídeas para uma Fria Pecadora, adaptação de textos de Nelson Rodrigues, “La Chose Vivant”, fruto de um trabalho coletivo dos atores da companhia, e “Os Meninos da Rua Paulo”, adaptação do romance do escritor húngaro Ferenc Molnár.

Todas as montagens foram escritas e dirigidas pelo então diretor da Cia., Hugo Mengarelli, com a contribuição dos atores. Como atriz, participou, ainda, do Recital de Poesia 250 anos Goethe, com direção de Julmar Leardine, e fez pequenas participações em produções cinematográficas locais.

Trabalhou como produtora de alguns espetáculos em Curitiba, com destaque para “A Metamorfose”, livro de Franz Kafka, com adaptação e direção de Fernando Kinas. Realizou alguns cursos de interpretação e de roteiro para cinema, área na qual participa de alguns coletivos que discutem a participação da mulher na indústria cinematográfica.

Como jornalista, trabalhou como repórter e apresentadora durante 8 anos na maior rede de tevê do Paraná, tendo vasta experiência em desenvolvimento de roteiros e de conteúdos televisivos e de vídeos institucionais. Atualmente, atua no marketing de uma instituição pública paranaense.

Maria Amélia Lonardoni. Foto: Divulgação

Solo “DELIRIUM TREMENS POST-MORTEM” De MARIA EDUARDA PECEGO

Delirium Tremens Post-mortem trata da reflexão frente ao quão deliberado pode se tornar o distanciamento dos indivíduos frente às causas sociais que não os atingem diretamente. Quais rastros nos acompanharão eternamente? O trabalho tem como ponto de partida o dia 26 de abril de 1500: quando a primeira missa foi celebrada em solo brasileiro. Ou também: marco da instauração de necropoliticas que se alastram até os dias atuais, com o continuo auxilio de instituições intocáveis.

Nascida em Vinhedo-SP, a atriz e bailarina MARIA EDUARDA PECEGO iniciou os estudos de teatro no Teatro Escola Macunaíma Campinas em 2012, ano em que ingressou na Universidade Estadual de Campinas, onde se formou em Gestão de Políticas Públicas e administração de empresas.

Concluiu o curso profissionalizante de teatro em julho de 2016 após sete montagens teatrais encenadas. No inicio de 2019, Maria Eduarda decidiu se dedicar completamente à carreira artística. Desde então, tem como objetivo aprimorar-se constantemente como atriz de teatro e também de cinema. Participou de cursos e oficinas com grandes artistas brasileiros como Cacá Carvalho, Nelson Baskerville, Denise Fraga e outros.

Atualmente está em cartaz com “Maria Velata” no espetáculo online (DAS)TRIPAS(CORAÇÃO) – Solos em confinamento, dirigido por Nelson Baskerville, onde apresenta junto a sete artistas solos de autoficção desenvolvidos durante o triste momento pandêmico.

Michelle Braz. Foto: Divulgação

Solo “VERDADE PARALELA” De MICHELLE BRAZ

Verdade paralela: Um futuro distópico ou uma realidade possível?

“Verdade paralela” é escrita partindo do cenário atual que se extrapola até uma realidade distópica mas possível. A dramaturgia é construída utilizando o sarcasmo e forçando os limites da realidade. Com referências que passam pelo futurismo, fascismo, nazismo e o renascimento do Ultra conservadorismo atual, se embebendo do universo das mídias sociais e digitais; a cada entrada se objetiva a questionar: esta será nossa futura realidade?

MICHELLE BRAZ é atriz, formada pela escola de atores Wolf Maya em 2014. Inserida no mundo do canto e dança há pelo menos 10 anos, atuou no mundo de musicais em diversas produções, que ocuparam palcos de teatros de SP e fizeram tournée pelo Brasil. Em 2015, Participou de programa de TV no multishow dirigido por Lili Fonseca; no cinema, já participou de alguns curta metragens e aguarda estreia no longa “Looping”, dirigido por Luiz Duarte Rocha. no teatro já foi dirigida por nomes como Ruy Cortez, Nelson Baskerville e Estrela Strauss.

Teve seu primeiro contato com dramaturgia no processo de auto ficção “terminal só” com Nelson baskerville, sendo este processo mais uma oportunidade de expansão nesse campo.

Solo “SUBMERSA” De PALOMA ALECRIM

A BALA PERDIDA SEMPRE ACHA UM CORPO NEGRO.

SUBMERSA se assenta no tempo-espaço como um ritual cênico feminino em sua condição de isolamento e distanciamento social, em meio a pandemia do Covid 19. Nosso povo preto luta contra um vírus que não escolhe cor, mas expõe o racismo do Estado. O LABORATÓRIO DE MONTAGEM: CEMITÉRIO VERTICAL com Eric Lenate tem sido um espaço de lucidez em meio ao caos. Através de diálogos críticos, ampliação de repertório, provocações políticas e estéticas “Submersa” nasce da dor urgente de querer permanecer viva nessa desgoverno.

Enfrentamos uma crise sanitária e econômica, o mundo em convulsão e qual corpo é alvo? como artista sinto que a arte-luta de cada dia se faz urgente e necessária, a arte me possibilita ser veículo para possíveis reflexões. Em 08 de Junho de 2021, a designer de interiores Kathlen Romeu morreu depois de ter sido atingida durante uma ação da Polícia Militar na comunidade do Lins de Vasconcelos, na Zona Norte do Rio. A jovem – que era negra, tinha 24 anos e estava grávida de 14 semanas – A PM negou que estivesse numa operação e alegou que agentes foram atacados.

Mas a família de Kathlen contestou essa versão, dizendo que não houve troca de tiros e que os disparos partiram da polícia. “Se a minha filha fosse morta por bandido, eu não falaria nada com vocês. Foi a polícia que matou a minha filha”, afirmou a mãe da jovem.

Cada corpo desse que despedaçam é um corte, um retalho de navalha, uma facada na alma, um tiro no meu coração. Eu, mulher negra, sou um corpo estraçalhado no chão. Estraçalhado. Picotado. Estuprado. Violentado. E nada, nada vão fazer com os pedaços do meu corpo sub-mer-so no chão.

PALOMA ALECRIM é Atriz, Performer e Produtora Cultural. nascida em Araçuaí, onde começou sua carreira se inspirando nas manifestações de cultura popular do Vale do Jequitinhonha e pesquisando a poética do sertão de Minas Gerais. Formada no Curso Técnico em Teatro pelo IFNMG – Instituto Federal do Norte de Minas Gerais em 2016, e também formada pelo NAC – Núcleo de Artes Cênicas em 2019 – Entre suas criações estão “Olhos d’água” (encenação e dramaturgia), premiado no FESTA – (Festival Internacional de Teatro de Palco e Rua de Araçuaí) em 2018.

Atua como atriz no “Doc.malcriadas”, dirigido por Lee Taylor, que estreou em Fevereiro de 2020 – Teatro João Caetano; Faz parte do grupo Eco Teatral e atua como atriz na montagem de Macbeth, dirigido por Thiago Baleiro – Assina como atriz no espetáculo “Descontrole Público” que buscando investigar novas formas de espetáculo para novos tempos, dirigido por Pedro Granato – estreia prevista para o segundo semestre de 2021 – Reside em São Paulo, capital.

Prêmios: MELHOR ATRIZ/ 2019 Espetáculo Olhos D’água Festival Internacional de Palco e Rua de Araçuaí MELHOR DRAMATURGIA/ 2019 Espetáculo Olhos D’água Festival Internacional de Palco e Rua de Araçuaí MELHOR INTÉRPRETE/ 2017 Poesia A Namoradeira Noite Literária da 7a Mostra Cultural de Jenipapo de Minas MELHOR INTÉRPRETE/ 2014 Poesia Escárnios Ditos Noite Literária do 31° FESTIVALE em Araçuaí MELHOR ATRIZ COADJUVANTE/ 2012 Espetáculo Terra Festival de Teatro de Teófilo Otoni.

Paulo Castello. Foto: Divulgação

solo “NEUROCISTICERCOSE” de PAULO CASTELLO

NEUROCISTICERCOSE: Há palavras e expressões que de tanto serem usadas, se desgastam como um corpo que envelhece. E que de nunca serem usadas, não funcionam, como um carro que não se liga esquecido em uma garagem. “É sobre isso”, por exemplo, já é tão usada quanto ” Eu te amo”. E a palavra ” Empatia”, é desgastada por uso excessivo ou por falta de uso? Se colocar no lugar de outrem ou pensar em “por os sapatos alheios” é possível num mundo tomado pelo Egoísmo e imediatismo?

É, realmente, possível? Por mais que se abra a cabeça, onde se guarda o egoísmo? Quem nunca se viu desesperado porque suas necessidades não foram atendidas? Todo mundo tem necessidades não atendidas. A grande questão é: as minhas necessidades devem ser atendidas primeiro que as suas? Numa infinita cadeia de necessidades não atendidas chegamos a um corpo que julga que fizemos um acordo social para que tivéssemos nosso ”instinto primitivo” controlado e ordem assegurada.

Quem foi o primeiro homem ou mulher que assinou esse contrato e disse: “isso aqui é meu , isso aqui é seu, e eu vou administrar essa região para todos, para o bem estar geral.” Em looping infinito , não parece se chegar a lugar algum , se entra no paradoxo do ovo e da galinha e ante o caos e a ruína- esses sim, avançam , sempre – aparece, nesses questionamentos, o Ódio.

A revolta. O desespero. Se a farinha é pouca e o seu pirão virá primeiro, quem sobra por último? Aliás, quem sobra? Quem vence? “Vencer”, essa palavra é real ou é tão falsa quanto a palavra ” estabilidade”? O fim ulterior é o verme que come a carne.

Mas pensar sobre essas coisas nesse momento devora a cabeça, suga a força de pensamento, ataca o sistema nervoso central. E se então, os vermes, que sobrarão por último, fossem terroristas poéticos que se alimentassem de ”lixo selecionado” ? Se a vida fosse dos vermes e a morte fosse dos vivos, será que seria tudo diferente? Já me confundi, porque acho , sinceramente, que o mundo já é dominado por vermes. Mas se toda ação traz uma reação, deveriam existir outros tipos de vermes, além dos que conheço: os Vermes justiceiros, que parecem não existir e –segundo me disseram – repousam adormecidos em aparente utopia, pero que los hay, los hay.

PAULO CASTELLO é formado pelo Centro de Pesquisa Teatral (CPT) , sob coordenação de Antunes Filho e Bacharel em Artes cênicas com habilitação em Interpretação Teatral pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA/USP).Em Recife, de onde é oriundo, estreou Nossa Cidade, de Thornton Wilder com direção de Malu Bazan e Puro Lixo, o espetáculo mais vibrante da cidade, com direção de Antônio Cadengue.

Estudou com Marlene Fortuna e Cacá Carvalho e desde 2020 se aprimora na técnica Meisner e na Script Analysis de Judith Weston, sob supervisão de Tomás Rezende. No audiovisual esteve no curta Meia Idade, de Gabriel Carvalho,Café Coado, de Daina Giannecchini e co-produziu , roteirizou e protagonizou o Culto Pessoal, de Flávio Ermírio, trabalho que lhe rendeu o prêmio de melhor ator em curta metragem no Berlin Indie Film Festival.

Rebecca Loise. Foto: Divulgação

solo “MÉTODO DE EXTERMÍNIO DA VIDA ANÍMICA OU CÂMERA DE GÁS LIGHT” de REBECCA LOISE

Método de extermínio da vida anímica ou Câmera de Gás Light é uma atuação que fala sobre uma mulher artista, psicanalista e pesquisadora workaholic que vai perdendo sua memória, percepção e sanidade na medida em que o seu companheiro se aproveita do isolamento social da pandemia do COVID-19 para enclausurar sua vida anímica com abusos psicológicos.

REBECCA LOISE transita entre a psicanálise e as artes do corpo, da cena e da performance – ou o contrário, já que a arte veio antes em sua vida e na própria construção teórica da psicanálise do divã e fora dele. Iniciou nas artes do corpo com o ballet, aos 4 anos. Aos 10, fez sua primeira peça, “O menino maluquinho”, texto de Ziraldo, direção de Meire Milan, realização da Escola de Artes EntreArtes, em Dourados – MS.

A peça conquistou prêmios no 2º Festival de Teatro Universitário de Dourados (Festudo) e de melhor direção, espetáculo e atriz no 21º Festival de Teatro de MS. Dos 4 aos 15 anos, participou como bailarina em mais de 20 festivais de dança idealizados pela Academia de dança Anna Pavlowa, nas modalidades de ballet clássico, dança moderna, dança contemporânea, sapateado, dança do ventre e jazz.

Aos 15 anos, cursou o intensivo em Teatro/Canto/Dança/TV na Escola de Atores Wolf Maya. Pela FUNARTE-SP estudou contato-improvisação com Gisele Calazans e o método Laban com Maria Mommensohn (2014). Pela Escola SP de Teatro, fez o curso Drag Queen com o diretor e produtor Zecarlos Gomes (2018). Pela Escola Barco Cultural (SP) concluiu os cursos de atuação método Lee Strasberg com a atriz e diretora Estrela Straus (2018), de escrita criativa com a escritora e poeta Angélica Freitas (2019) e com o escritor Marcelo Rubens Paiva (2020).

Pela Cia Atos & Divãs, fez a Oficina de Teatro e Psicanálise com o psicanalista, escritor e diretor Antonio Quinet (2020). Pela Unicamp, participou do Workshop Vozes em jogo: Coralidade e Musicalidade da Cena e do Texto, com Marcus Vinicius Borja (2020).

Pela Inbox cultural, concluiu o curso de teatro audiovisual com Estrela Straus e pela mesma escola, participa do Laboratório teatral Cemitério Vertical, com o ator, dramaturgo e diretor Eric Lenate. Como atriz, atuou como “Carol” na peça O menino maluquinho (1999), fez uma participação no primeiro clipe da banda “O Terno”, música “66”, com produção Alaska Filmes (2012). Atuou no curta experimental, na categoria de videopoesia, “Um par de mãos”, com direção de Cadu Modesto, que ganhou 3º lugar na Mostra Audiovisual de Dourados (2019).

Fez a prima louca na produção teatral-série-metragem “O Anjo Negro”, texto de Nelson Rodrigues, com direção de Antonio Quinet (2020), realização Cia Inconsciente em Cena e Bloco Pi Produções. Fez uma atuação-performance na peça on-line “Essas pessoas na (sua) sala de jantar”, com direção de Estrela Straus, realização Inbox cultural. Como escritora, tem contos, ensaios e poesias publicados em livros e jornais. É colunista no jornal Folha de Dourados.

Além de artista, atua como psicanalista em consultório particular, é psicóloga e mestra em Psicologia Social pela PUC-SP, pesquisadora no Núcleo de Psicanálise, Política, Significante pelo Instituto de Estudos da Linguagem (Unicamp), com coordenação de Lauro Baldini, e pós-graduanda em Corpo: dança, teatro e performance pela Escola de Artes Célia Helena (2021-2022).

solo “IDEOLOGIA, EU QUERO UMA PRA VIVER?” de RENATO IZEPP

Em sua lápide um idealista rememora sua trajetória até ali, refletindo sobre o que seus desejos e mascaras o transformaram.

“Ideologia, eu quero uma pra viver?” esmiúça a trajetória de experiências contrastantes de um sujeito que busca se expressar no mundo. Através de um pertencimento que o enquadra, mas não encaixa. Pai militar. Fervor religioso. Teatro. Uma bandeira imponente. Memórias e sentimentos se misturam com o fervilhar do desejo de mudar as coisas. De um ponto de vista ambíguo-excludente, o que pode resultar disso?

RENATO IZEPP começou no teatro com 15 anos com Neto Alves, na Oficina Regional Pagu, em Mongaguá. É formado em interpretação pela Escola-Teattro Célia Helena, tendo também estudado na Escola de Arte Dramática- USP. Participou de vários oficinas teatrais, entre elas “Interpretação” com Yara de Novaes, “Improvisação Teatral” com Ana Roxo, “Commedia Dell`Arte” com Deborah Serretiello, “Palhaço” com Bete Dorgam, entre outras.

No teatro, atuou em Terror e Miséria do Terceiro Reich (Bertolt Brecht), As Bruxas de Salém, de Arthur Miller, ambas com direção de Fernando Nitsch; O inspetor Geral, De Nikolai Gogol; Dias Melhores Virão, de Júlio Adamanto, entre outras. Atuou também em curtas metragens: “Da origem ao Silêncio” (direção de Fábio Baldo) e Existência Seca (direção de Thon Apolinário) e algumas publicidades.

solo “(DES)ALMA” de VINÍCIUS AGUIAR

No dicionário “Egocentrismo” é sinônimo de: “conjunto de atitudes ou comportamentos indicando que um indivíduo se refere essencialmente a si mesmo”. Egocentrismo rima com: ceticismo, pedantismo, socialismo, cepticismo, idealismo, empirismo, despotismo, esquematismo, reacionarismo, verbalismo, diletanstismo, organismo, egoísmo, poderia rimar com bernardismo. Bernardo Matarazzo Álvares Penteado, Paulistano do Jardins, 39 anos, esteta por natureza, educado nas melhores escolas, com repertórios cultural e intelectual invejáveis, sabia distinguir o que era bom do excelente.

Era um referencial de estilo e sofisticação dentre os mais exigentes, figura tarimbada nas colunas sociais, fez parte da lista da Forbes Under 40 por 7 anos seguidos. Teve sua vida interrompida por causa da COVID-19 e ausência da vacina, que nem todo o seu dinheiro e status pode comprar. Jaz em túmulo da família no cemitério da Consolação, descansa em paz, é o que todos pensam, em um caixão de acrílico italiano, climatizado e blindado. É o que todos pensam.

Atordoado dentro de um cubículo de 2×1 metros, questiona a brevidade da vida, a ausência de privilégios no seu status pós mortis, enaltece o design italiano e desfia críticas mordazes ao estado necropolítico atual, do alto de seu túmulo e condição precária, para quem foi criado às margens do Atlético Paulistano. (DES)ALMA é escrito e encenado pelo ator e dramaturgo Vinícius Aguiar

VINICIUS AGUIAR tem 39 anos, é ator, dramaturgo e jornalista. É inquieto, curioso e esteta por natureza também. Começou a trabalhar como ator ainda criança, aos 12 anos, no Rio de Janeiro, onde atuou em pelo menos uma dúzia de espetáculos infanto-juvenis e uma peça adulta. Fez TV e publicidade, seguiu atuando até os 18 anos, quando resolveu dedicar-se à Comunicação Social.

Já em São Paulo, formou-se em Jornalismo pela Universidade Anhembi Morumbi e atua há 15 anos como jornalista e relações públicas. Aos 36 anos resolveu tirar do armário o ator e embarcou então numa série de estudos, retomando à carreira através do Célia Helena Centro de Artes e Educação, onde ingressou no Curso Técnico Profissionalizante em Teatro.

Desde então, tem se dedicado à investigação das diferentes técnicas de atuação, estudos do corpo e da dramaturgia, tendo estudado com nomes como Samir Yazbek, Márcio Abreu, Nelson Baskerville, Tomás Resende, Estrela Straus, Luciano Sabino, Renato Rocha, Carla Ribas, Leda Maria Martins, Michelle Ferreira, Luiz Felipe Reis, Carolina Virguez, dentre outros, em instituições como CPT_SESC São Paulo, CAL – Casa de Artes de Laranjeiras, iNBOx Cultural, B_arco, com a Companhia Brasileira de Teatro e Cia dos Atores.

Em dezembro de 2020, ano #1 do confinamento, estreou o espetáculo teatral ‘Terminal Só’, sob direção de Nelson Baskerville, no qual apresentou o solo de autoficção com dramaturgia autoral ‘ELA’, que realizou uma segunda temporada de sucesso em março de 2021.

Em maio deste ano estreou com a montagem audiovisual ‘Essas Pessoas Na (sua) Sala de Jantar’, sob direção Estrela Strauss, através do Sympla Streaming. Atualmente integra o elenco de atores residentes da Cia dos Atores, do Rio de Janeiro, em processo de investigação teatral com estreia de espetáculo prevista para dezembro de 2021.

Assina seu primeiro roteiro para o cinema, de um curta-metragem que será filmado neste ano com o coletivo de cinema paulistano Cinemamente, do qual é integrante e co-fundador. É ainda co-criador e editor da revista eletrônica de arte e cultura 2+2 CULT.

Estreia teatral: Cemitério Vertical

SERVIÇO:

Curta Temporada Dias 24 a 25 de julho e 31 a 01 de agosto

Sábados e Domingos às 20h

Pedimos que acessem o link do ingresso com 15 minutos de antecedência

Ingressos a R$10, R$20, R$30 ou R$50

Via Sympla Streaming https://www.sympla.com.br/cemiterio-vertical__1277350

Duração: 90 minutos

Todos os dias o público é convidado para uma conversa após a sessão

Classificação: 16 anos

Fonte Bossa Comunicação Assessoria de Imprensa – Fotos: Divulgação / Arquivo



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