Homenagens as vítimas do Holocausto

 

Homenagens as vítimas do Holocausto – Fonte Ovadia Saadia – Texto: Celia Bensadon – Assessoria de Imprensa – Foto: Legenda Jovens com Laura Feldman e o rabino Ruben Sternschein.jpeg Flavio Mello e Fabi Koren – Divulgação/Arquivo Pessoal.

Comunidade judaica, autoridades e líderes políticos e religiosos lotam a sinagoga da CIP para homenagear as vítimas do Holocausto.

A comunidade judaica de São Paulo prestou homenagem neste domingo (26) às vítimas do nazismo por ocasião do Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto e para marcar os 80 anos da liberação do Campo de Concentração de Auschwitz.

O ato, que lotou a Sinagoga Etz Chaim da CIP, foi organizado pela Confederação Israelita do Brasil (CONIB), pela Federação Israelita do Estado de São Paulo (Fisesp), pela Congregação Israelita Paulista (CIP) e pela StandWithUs Brasil e contorno com a Presença de autoridades, como o prefeito Ricardo Nunes (MDB) e o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), além de diplomatas, líderes religiosos e comunitários e de sobreviventes do Holocausto.

 

Homenagens as vítimas do Holocausto
      O governador Tarcísio de Freitas e o prefeito Ricardo Nunes prestigiaram                                                  Homenagens as vítimas do Holocausto

Ricardo Berkiensztat , presidente executivo da Fisesp, apresentou o evento, citando a resolução 60/7, que diz que o extermínio de “um terço do povo judeu, assim como de membros incontáveis ​​​​de outras minorias, servirá, por todos os tempos, a todos os seres humanos, como advertência para os perigos do ódio, da intolerância, do racismo e do preconceito”.

“A memória ativa das vítimas e a educação sobre os perigos do ódio e da intolerância são essenciais para evitar que tragédias semelhantes se repitam”, completou.

A música sonora com a execução do Hino Nacional brasileiro, entoada por shazan Ale Edelstein.

Em seguida falou a presidente da CIP, Laura Feldman, que destacou a força dos sobreviventes, “nossa inspiração”. “Os horrores de Auschwitz não surgiram do nada.

Eles se fundamentaram em séculos de perseguições, discriminações e expulsões do povo judeu”, observou.

“A sociedade evoluiu em muitos aspectos, mas os atentados de 7 de outubro de 2023, quando milhares de judeus foram atacados brutalmente, mostraram que o mundo foi capaz de fechar os olhos e devolver a ser vítima do marketing antijudaico, criado desde a antiguidade até os dias de hoje para legitimar qualquer barbárie contra judeus”.

“E com a liberação de reféns do cativeiro em Gaza vimos que o Hamas transformou vítimas em instrumentos de propaganda, semelhante a que os nazistas fizeram no campo de concentração de Terezin, modelo de gueto para enganar a Cruz Vermelha”.

O advogado Daniel Bialski foi homenageado durante o evento por sua luta jurídica contra o antissemitismo. André Sturm, diretor do MIS, recebeu homenagem pela exposição A trajetória do Holocausto, sobre a vida de Julio Gartner.

O presidente da Fisesp, Marcos Knobel, destacou que “a preservação da memória do Holocausto é um compromisso com a verdade e um alerta para as gerações futuras.

 

 Daniel Bialski mostra a placa que recebeu de Marcos Knobel e Laura Feldman

Homenagens as vítimas do Holocausto

 

Diante do crescimento do antissemitismo e do negacionismo, relembrar as vítimas e as atrocidades do nazismo é essencial para que essa tragédia nunca mais se repita”. “O Nunca mais é agora”.

O presidente da CONIB, Claudio Lottenberg, destacou que “o aumento do antissemitismo é um alerta sombrio de como a intolerância e o ódio podem prosperar quando o respeito pela diversidade é deixado de lado”.

Lottenberg também citou o terrorismo do Hamas, orquestrado pelo Irá: “Quando o Irã financia e apoia grupos terroristas, ele confere uma estrutura e uma persistência a esses movimentos que os aproximam de um modelo mais centralizado e organizado, semelhante ao que caracterizou o nazismo.

Esse apoio não apenas viabiliza operações terroristas, mas também legitima ideologias de ódio que desumanizam populações inteiras, como a retórica antissemita ou antiocidental.

E, portanto, ledo engano que é apenas contra Israel ou contra judeus. Isto é um movimento contra um modelo de sociedade representado por nós, que defendemos o modelo da liberdade e da democracia contra o modelo dos grupos terroristas capitaneados pelo Irã”.

André Lajst, presidente da StandWithUs Brasil, defendeu a importância da educação sobre Israel. “Educar sobre Israel também é educar sobre o Holocausto.

Só assim a mensagem ‘nunca mais’ pode ser compreendida. É nossa missão e nosso dever proteger e fortalecer a existência de Israel, a única garantia de que o povo judeu sempre terá um lar nacional e um porto seguro”.

 

André Lajst discursa evento Homenagens as vítimas do Holocausto

Homenagens as vítimas do Holocausto

Acendimento das velas

Seis velas foram acesas para honrar as vítimas do Holocausto – uma para cada um milhão de judeus assassinados – e uma sétima pelas vítimas do 7 de outubro, esta pelas mãos dos sobreviventes dos ataques do Hamas Rafael Zimerman.

A primeira vela foi acesa por diplomatas, entre eles o embaixador Alfredo Camargo, representando o chanceler Mauro Vieira, e pelo cônsul-geral de Israel em SP, Rafael Erdreich; a segunda por líderes comunitários, a terceira por líderes religiosos; a quarta por autoridades políticas, a quinta por jovens e a sexta por sobreviventes.

Entre os líderes religiosos que acenderam a terceira vela estavam rabino Ruben Sternschein; rabino Adrian Gottfried, da Comunidade Shalom; rabina Elca Rubinstein; rabino Alexandre Leoni; rabina Kelita Cohen; rabino Uri Lam, da Congregação Beth-El;

Cônego José Bizon, da Casa da Reconciliação, representando o cardeal Dom Odilo Scherer; Monja Cohen; representando a Fraternidade Cristã-Judaica do Colégio Sion, Marta Batista, Marcos Silva;

Irmã Maria José dos Santos, Rosa Rocha; Pai Denninson e Mãe Kelly; pastor Filipe Scarcella, da Igreja Batista; Filipe Scarcella, David Beraha, da União do Judaísmo Reformista; Raúl Meyer; padre Fernando Gross; Mãe Carmem de Oxum, Padre Donizete, entre outros.

A quarta vela foi acesa pelo governador Tarcísio de Freitas, pelo prefeito Ricardo Nunes, pelo secretário estadual da Educação, Renato Feder, pelo secretário de Pessoas com Deficiência, Marcos da Costa; secretária municipal de Relações Internacionais;

 

 O cônsul Rafael Erdreich discursa evento Homenagens as vítimas do Holocausto

 

Angela Gandra; secretária municipal da Justiça, Eunice Prudente; secretaria municipal de Direitos Humanos e Cidadania, Regina Santana; secretário executivo de Mudanças Climáticas, José Renato Nalini; deputada Adriana Ventura e outros.

O prefeito Ricardo Nunes reforçou seu apoio à comunidade judaica de São Paulo: “Podemos sempre contar conosco”, disse ele confirmando a importância da presença judaica no País.

O governador Tarcísio de Freitas lembrou do martírio dos judeus ao longo dos séculos e o mais recente, o ataque de 7 de outubro de 2023 pelo Hamas, “num momento relevante em que Israel caminhava para firmar novo acordo de paz com a Arábia Saudita”.

“E quando vejo aqui uma série de agradecimentos eu me perguntei: quem deve agradecer?
Nós é que agradecemos”.

E não vamos tolerar o antissemitismo e o preconceito. E reconhecemos o papel importante que Israel representa para todos nós”.

O vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, e o chanceler Mauro Vieira enviaram mensagens em homenagem às vítimas.

O sobrevivente Jorge Weiser discursa evento Homenagens as vítimas do Holocausto

 

O sobrevivente Jorge Weiser, que acendeu a sexta vela, contou um pouco da sua história. “Vivia uma vida tranquila com minha família em Budapeste, na Hungria, até a chegada do nazismo. A partir de 1944 tudo mudou.

As famílias judias foram retiradas de suas casas e agrupadas em prédios só para judeus. Só podíamos sair entre 11 e 13h com a estrela amarela na roupa, do lado esquerdo do peito.

Quem violasse as normas poderia ser preso ou até deportado. Num determinado momento, tivemos que sair para sermos reagrupados em outros locais. Minha mãe providenciou esconderijos para todos os filhos, para mim e duas irmãs, Minhas irmãs ficaram com famílias cristãs que nos ajudaram e eu fui morar num prédio protegido.

Alguns países emitiram documentos para proteção de judeus. Mas até conseguirmos sair, mudamos algumas vezes de esconderijo.

Não temos o que comer. O que tínhamos era pão seco e toucinho congelado na janela pelo frio intenso. Isso durou até a chegada do exército russo, quando as famílias foram libertadas”.

Uma sétima vela foi acesa em memória às vítimas de 7 de outubro pelo jovem Rafael Zimerman e pelo soldado Patrick Holender.

Rafael, que é Embaixador do Movimento #PinForPeace e educador da StandWithUs Brasil, sobreviveu ao ataque terrorista do Hamas.

Ao final foi entoado o Hino de Israel pelo chazan Avi Bursztein.

 

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Fonte Ovadia Saadia – Texto: Celia Bensadon – Assessoria de Imprensa – Fotos: Flavio Mello e Fabi Koren – Divulgação/Arquivo Pessoal

 

 

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